todos os fatos, novidades e destemperamentos que eu queria comentar com mais de 5 pessoas mas tive preguiça de ligar.

21.10.09

zapón

Abstraindo completamente o meu pseudo-vegetarianismo, na base do "você é vegetariano, mas come peixe, né?", me aventurei no mundo das palavras de 10 sílabas incompreensíveis do faça-sushi-em-casa.

1. O arroz nipônico é vendido na prateleira mais escondida do mercado e é da variedade "californiano". Terra americana do suco de laranja e surf platinado. Não entendi.

2. Enquanto a gente faz arroz num refogadinho de alho queimado com cheiro de almoço, eles recomendam um tempero de vinagre, açúcar e glutamato. Se eles fizessem farofa ia ser com gelatina sem sabor.

3. Salmão, que na minha cabeça continua sendo um quadrado de plástico-silicone, tem uma pele esquisitérrima, que depois eu associei ao que é chamado de "skin" nos restaurantes e tem gente que adora. O equivalente nacional seria uma coxinha recheada de pele de frango a passarinho.

4. Salmão só deixou de parecer plástico quando meus dedos ficaram aproximadamente 6 horas com cheiro de peixe, que não se abalou com detergente, sabão em pó, acetona e álcool.

5. A parte lúdica, de montar os rolinhos, beira o completo descontrole. O arroz, que era pra grudar na alga, gruda na mão. A alga, que era pra ficar parada, gruda no pote de água, que era pra servir pra não grudar a mão no arroz. Os dedos, que eram pra ser cinco por mão, viram uma espátula grudenta. A faca, que era pra cortar as fatias, perde o fio sozinha e a alga, que no pacote era seca e quebradiça, vira um quase tecido. Logo, não espere nem rodelas nem redondas.

6. Temaki me convenceu ser a mais esperta decisão da cozinha oriental para amadores, isso de fechar os sushis é algo para poucos. O recheio perna de grilo é muquirana demais e o que na minha cabeça seria o aceitável não deixa que os dois lados da alga se abracem. E a alga não aceita remendos.

Bem, empanamos as rodelas feiosas num procedimento teriaki-gergelim para enganar o olho e agradar o estômago, almoçamos e sobrevivemos. Para poucos.

Um comentário:

Ana disse...

zénial.