do mesmo jeito que uma noite de bebedeira vem seguida de um dia de ressaca e uma noite de putaria pode trazer um filho, o mês que traz o inverno capricha nessa noção de que nenhum prazer sairá impune. esse mês que deixa a cidade incrivelmente bonita e o inóspito se colore como em nenhum outro.
a gente esquece que a grama tá sem cor porque o barro fica vermelho, os ipês gritam em tons que estouram o contraste, o pôr do sol queima rosa-laranja num céu azul-sem-nuvem e a luz mais dourada ainda banha isso tudo numa paisagem de sonho, ou foto, ou ambos.
os olhos se distraem nessa extravagância e esquecem que não conseguem piscar direito porque falta lágrima. enquanto a visão se ocupa o pulmão se afoga ao contrário e o nariz procura água.
e de tanto admirar acho que a gente vai virando cerrado junto, a pele seca e racha, como se quisesse virar calango também.
a gente esquece que a grama tá sem cor porque o barro fica vermelho, os ipês gritam em tons que estouram o contraste, o pôr do sol queima rosa-laranja num céu azul-sem-nuvem e a luz mais dourada ainda banha isso tudo numa paisagem de sonho, ou foto, ou ambos.
os olhos se distraem nessa extravagância e esquecem que não conseguem piscar direito porque falta lágrima. enquanto a visão se ocupa o pulmão se afoga ao contrário e o nariz procura água.
e de tanto admirar acho que a gente vai virando cerrado junto, a pele seca e racha, como se quisesse virar calango também.
3 comentários:
e o pior é que só quem mora aqui sabe o que é isso! um simples pôr-do-sol nessa época do ano vale mais que duzentas declarações de amor. está de parabéns com seu blog. vez em quando passo aqui pra dar uma fuçada!
lendo seu txt a seca ficou até fácil de encarar!
que lindo clarita! sem comentários.. :)
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